O teu corpo...
É como se fosses uma folha de papel
Onde passo horas a escrever
Escrevo
Rabisco
Apago
Rasuro, apago e volto a escrever.
Nos socalcos que possa encontrar
Contorno delicadamente
Até sentires aquele arrepio bom
Por vezes deslizo a caneta
Para cima e para baixo
Sem nada escrever, apenas
Para me concentrar
E inspirar.
O teu corpo...
Estremece a cada linha preenchida
Reage ao toque da caneta
E ao deslizar da minha mão.
O teu corpo! Melhor dizendo, folha de papel
Faz me perder a noção do tempo
E a concentração!
Em pequenos movimentos
Imperceptíveis
Sugeres que continue.
Encosto a cara para te sentir
Adorava dar-te vida
A ti papel !
Que vires pele
Que tenhas cheiro
Pulsação e sentimento.
Este será o poema inacabado
Porque Tu...
Secaste a caneta, mais a inspiração
E deste cabe de mim!
O meu corpo...
O teu corpo...
27.09.2021
Carlos Faria Martins
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