Carlos Faria

Carlos Faria

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A suavidade de um beijo para despertar...

A corda devagarinho! Vá lá...

S ussurro ao teu ouvido
U ma vez e mais outra
A caricio o teu cabelo.
V árias vezes
I nfinitamente sem me cansar
D ou-te um beijo 
A bençoado e doce
D ou-te os bons dias
E um abraço para te aconchegar.

D evagarinho começas a
E spreguiçar

U m bocejo 
M uitas vezes repetido

B ons dias! Balbucias entre dentes 
E ainda com os olhos semicerrados.
I mpossivel ser de manhã !
J uro que ainda agora me deitei, dizias tu!
O bviamente , o sol não engana,

P repara-te para 
A luta,
R ecupera o teu estilo
A tua frescura e um retoque na tua face

D espede-te do doce lar
E nfrenta com alegria e 
S abedoria a tua 
P aixao pelo que fazes.
E xercicio simples
R econfortante e belo
T udo o que fazemos de bom
A juda-nos a superar a 
R azão da nossa existência. Bom dia

Carlos Faria, 21.08.2014
Contraste!

A magia da noite...

A conversa do silêncio está animada!

M ania de escrever 
A garrado à minha cúmplice...
G estos que não se cansa de repetir.
I ndependente da sua vontade
A final dou-te vida e tu obedeces

D epressa percebeste
A importância de seres minha aliada

N o silêncio da noite apenas
O uço os teus murmúrios ao deslizares pelo papel
I nsisto um pouco mais, pois está quase 
T erminado mais um acróstico 
E  por hoje chega. Para ambos um merecido descanso.

21.08.2014
Carlos Faria Martins 


 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Três prazeres...

T udo com peso e medida
R elaxa
E não abuses
S aboreia a teu belo

P razer.
R ecarrega
A s baterias
Z ela por quem te quer bem
E sonha no embalo desse chinchorro.
R i com vontade
E muita alegria
S erei um atento vigilante

Carlos Faria, 12.08.2014

sábado, 2 de agosto de 2014

Os Meus medos...

Porque não?

Não queria pensar desta maneira
Mas é inevitável e é uma canseira
Guardar para mim tem sido um desafio e uma barreira
E por vezes alguma doideira!

Porque não?

Mas muito complicado de gerir.
Aos mais próximos nem quero transmitir 
Esta angústia que me acompanha e nem quero ouvir 
Sofrer por antecipação não é uma grande ajuda e procuro sorrir!

Porque não?

Sei que de nada adianta fazer prognósticos
Sei que tenho um médico que me coloca todos os cenários
Sempre com muita clareza e bastante lógicos
Não me engana nem me alimenta a dizer que não é nada, mas que podem ser adversários!

Porque não?

Tenho a consciência disso tudo mas mesmo assim
Assusta-me qualquer imprevisto que não possa controlar.
Apetece me estar sozinho e nada deixar transparecer, só a mim
Porque os outros não me conhecem e não me sabem avaliar

Porque não?

Ao contrário torna se difícil
Para quem gosta de mim e me conhece
Saber que estarei algo diferente mais apático e menos dócil
Mais fechado e ninguém me reconhece!

Porque não?

Mas não é por mal, procuro me defender
Também sei que possam sentir-se tristes
Mas não consigo deixar de esconder
E como tal, única opção... silencioso!

Porque não?

Não tenho vontade de me divertir
Faço um esforço para tornar tudo fácil e curtir
Ninguém pode compreender como consigo disfarçar 
Sofro um pouco e consigo açambarcar!

Porque não?

Mas não queria de maneira alguma que mais alguém pudesse sofrer
Isso não é possível
Então terei que abrir mão deste meu pequeno grande segredo e descrever
Partilhar, desabafar, é infalível.

Porque não?

Não me vai ajudar muito, mas quero que saibam
Que acredito que alguma possa aliviar e talvez compreendam
Não queria ter medo muito menos angustia e com alguma alegria
Tenho que confiar em quem sabe e sem fobia!

Porque não?

Em todas as evoluções da medicina
Todos os meios de diagnósticos
Todas as técnicas e prognósticos
E acreditar, acreditar, em algo que me fascina!

Porque não?

Se consigo dar tanta força aos outros
Se consigo transmitir esperança
Que raio de contradição a minha em relação àqueloutros?
Quero agarrar me a vida com confiança

Porque não?

Vivo obcecado com o que não sei.
Será que mesmo assim
Conseguirei que alguém compreenda o meu silêncio
Será ?

Porque não?


Por vezes a ignorância
Ê um sinal de tranquilidade, por isso há doentes felizes!!!
Por isso os médicos salvo raras exceções
São sempre os últimos a querer fazer diagnósticos,
O que tanto mandam fazer aos outros
Como eu os compreendo, medo e mais medo!, Mas não concordo.

Porque não?

Mas apesar de tudo serenamente
Devo agir mais controladamente
Salvaguardar algumas angústias
A terceiros que podem virar doentias

Porque não?

Deixar de ser parceiro da internet
E das suas informações generalizadas
Que acabam por assustar sem nexo
E apenas ajudam a manter as mentes sugestionadas!

Porque não?

Apenas tenho que confiar em quem me acompanha
O resto não estará nas mãos de ninguém .
Isto é apenas um desabafo e o parir de uma montanha
Não o faço por mal , mas acredito que tudo há-de correr bem!

Porque não?

Mas não tenho o direito de preocupar
Ninguém com as minhas palermices
Serão palermices?
Ter medo nunca fez mal a ninguém, se calhar!

Porque não?

Antes pelo contrário
Por isso se torna aflitivo e involuntário
Reforça as nossas defesas
E torna-as mais coesas

Porque não?

Mas o meu medo e uma suposição
Tenho de conseguir por um travão
Este pensamento, sempre a levitar
Expetativas e aguardar...

Tenho dito...


Carlos Faria, 02.08.2014